terça-feira, 28 de julho de 2009

Lembra De Mim Cap2

Capítulo 2

Eu acordo para encontrar frestas de fios de luz da manhã debaixo das cortinas corridas. Um copo de suco de laranja está no criado mudo e Maureen está apressando-se pelo canto do quarto. O gotejamento IV desapareceu magicamente, e eu me sinto muito mais normal.
“Olá, Maureen,” Eu digo, minha voz arranhada. “Que horas são?” Ela se vira, suas sobrancelhas levantadas.
“Você lembra de mim?”
“Claro,” Eu digo surpresa. “Nos conhecemos noite passada. Nós conversamos.”
“Excelente! Isso mostra que você saiu da amnésia pós-traumática. Não fique alarmada!” ela acrescenta, sorrindo. “É um estágio normal de confusão após uma lesão na cabeça.”
Instintivamente eu ponho minhas mãos na minha cabeça e sinto um curativo. Wow. Eu realmente devo te-lá batido naquelas escadas.
“Você está indo bem.” Ela dá tapinha em meu ombro. “Eu irei pegar um suco de laranja fresco pra você.” Há uma batida na porta. Ela se abre e uma mulher alta, magra, em seus 50 anos, entra. Ela tem olhos azuis, os ossos da bochecha elevados, e o cabelo louro-acinzentado ondulado desarrumado em camadas. Ela está vestindo um colete vermelho (quilted waistcoat)* por cima de um longo vestido estampado e um colar de âmbar**, e ela está segurando uma sacola de plástico. É a mamãe. Quer dizer, eu tenho 99% de certeza que é. Eu não sei porque eu estou hesitando.

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** http://www.amberwebshop.com/images/n270540001.jpg

" Está calor neste lugar! " Ela exclama na sua fina familiar voz de menininha. Ok. Definitivamente é a mamãe.
“Eu me sinto completamente fraca!” Ela se abana. “E eu tive uma viagem tão estressante...” Ela olha de relance para a cama quase como se tivesse pensando melhor, e diz para Maureen: “Como ela está?”
Maureen sorri. “Lexi está muito melhor hoje. Muito menos do que ela estava ontem.”
“Obrigada aos céus por isso!” Mamãe abaixa sua voz uma fração. “Era como estar conversando com um lunático ontem, ou alguma... pessoa retardada.”
“Lexi não está lunática” diz Maureen “e ela consegue entender tudo que você diz.”
A verdade é, eu malmente estou escutando. Eu não posso deixar de olhar fixamente para mamãe. O que há de errado com ela? Ela parece diferente. Mais magra. E meio que... mais velha. Conforme ela se aproxima e a luz da janela ilumina seu rosto, ela parece ainda pior. Ela está doente? Não. Eu saberia se ela estivesse doente. Mas honestamente, ela parece ter envelhecido durante a noite. Eu comprarei pra ela algum Creme de la Mere de Natal, eu resolvo.
“Aqui está você, querida,” ela diz em tons altos e claros. “Sou eu, sua m-ã-e.” Ela me entrega a sacola de papel, que contêm um frasco de shampoo, e me dá um beijo na bochecha. Conforme eu inalo seu cheiro familiar de cachorros e perfume de rosas, é ridículo, mas eu sinto lágrimas surgindo. Eu não tinha totalmente percebido o quanto abandonada eu me senti.
“Oi mãe.” Eu estiquei para abraçá-la – mas meus braços atingiram o vento. Ela já tinha se virado e estava consultando seu pequeno relógio de ouro.
“Eu não posso ficar mais que um minuto, eu receio,” ela disse com uma tensão, como se ela ficasse demais o mundo iria explodir. “Eu tenho um compromisso para ver um especialista sobre Roly.”
“Roly?”
“O filhote mais novo do Smoky querida.” Mamãe fala com um olhar de reprovação. “Você lembra da pequena Roly.”

Eu não sei como mamãe esperava que eu soubesse o nome de todos os seus cachorros. Há pelo menos vinte deles e eles são todos chorões, e toda vez que eu vou para casa parece haver um novo. Nós sempre fomos uma família-sem-animais – até o verão quando eu tinha dezessete anos. Durante o feriado em Wales, mamãe trouxe um filhote chorão no impulso. E da noite para o dia virou em uma mania.
Eu gosto de cachorros. Meio que. Exceto quando seis deles pulam em você toda vez que você abre a porta da frente. E quando você tenta sentar em um sofá ou em uma cadeira e há um cachorro ali. E todos os grandes presentes embaixo da árvore de Natal são para os cachorros.
Mamãe tirou um frasco de Remédio Resgate da sua bolsa. Ela aperta três gotas na sua língua, então expira afiada.

“O trânsito para vir aqui estava terrível,” ela diz. “Pessoas de Londres são tão agressivas. Eu tive um briga muito desagradável com um homem em uma van.”
“O que aconteceu?” eu digo, já sabendo que mamãe vai balançar sua cabeça.
“Não vamos falar sobre isso, querida.” Ela recua, como se pedida para recordar os dias de terror no campo de concentração. “Vamos esquecer isso.”

Mamãe acha muitas coisas dolorosas demais para conversar sobre. Tipo como minhas novas sandálias tinham se rasgado no Natal passado. Ou as reclamações constantes do conselho sobre a bagunça dos cachorros na nossa rua. Ou, para ser sincera, bagunça em geral. Na vida.

“Eu tenho um cartão para você,” ela disse, procurando na bolsa. “Onde está, agora? Do Andrew e da Sylvia.”

Eu encarei ela, confusa. “Quem?”
“Andrew e Sylvia, da casa ao lado!” ela fala, como se fosse óbvio. “Meus vizinhos!”

Os seus vizinhos da casa ao lado não são Andrew e Sylvia. São Philip e Maggie.

“Mãe-..”
“De qualquer forma, eles mandam o seu carinho,” ela disse, me interrompendo. “E Andrew quer pedir seu conselho sobre esquiar.”

Esquiar? Eu não sei como esquiar.

“Mãe...” Eu coloquei a mão na minha cabeça, esquecendo sobre o meu machucado, e recuei. “Sobre o que você está falando?”
“Aqui está!” Maureen volta para o quarto, com um copo de suco de laranja. “Dr. Harman está vindo para fazer um check up em você.”
“Eu tenho que ir, querida.” Mamãe se levanta. “Eu deixei o carro em um parquímetro que fica extorquindo meu dinheiro. E a taxa de congestionamento! Oito libras (aprox. 25 reais) eu tive que pagar!”

Isso não está certo também. A taxa de congestionamento não são 8 libras. Eu tenho certeza que são apenas cinco libras-esterlinas (aprox. 15 reais), não que eu já tivesse usado um carro –
Meu estômago afunda. Ai Meu Deus!- mamãe está ficando louca. Tinha que ser. Ela já está ficando senil, na idade de 54. Eu vou ter que falar com um dos médicos sobre ela.

“Eu volto mais tarde com Amy e Eric,” ela disse, indo em direção a porta.

Eric? Ela realmente chama os seus cachorros de nomes estranhos.

“Okay mãe.” Eu dou um sorriso brilhante, para animar ela. “Mal posso esperar.”

Enquanto eu tomava um gole do meu suco, eu me sentia um pouco abalada. Todo mundo acha que suas mães estão ficando um pouco loucas. Mas aquilo era louca de verdade. E se ela tivesse que ir para um asilo? O que eu vou fazer com todos os cachorros?
Meus pensamentos foram interrompidos por uma batida na porta, e a entrada de um médico novo, com entradas nos cabelos escuros, seguido de três outras pessoas em uniformes médicos.

“Olá Lexi,” ele disse em uma maneira agradável e refrescante. “Eu sou o Dr. Harman, um dos neurologistas residentes aqui. Esta é Nicole, uma enfermeira especialista, Diana e Garth, nossos internos. Então, como você está se sentindo?”
“Bem! Exceto pela minha mão esquerda que parece um pouco estranha,” eu admiti. “Como se eu tivesse dormindo em cima dela e não estivesse funcionando direito.”

Enquanto eu levantava minha mão para mostrar a ele, eu não pude evitar de admirar a minha manicure incrível de novo. Eu preciso perguntar a Fi onde nós fomos ontem a noite.

“Certo.” O doutor concordou com a cabeça. “Nós vamos dar uma olhada nisso; você pode precisar de alguma terapia. Mas primeiro nós vamos pedir para você algumas perguntas. Perdoe-me se algumas delas parecem óbvias.” Ele mostra um sorriso profissional e eu sinto como se ele já tivesse dito isso centenas de vezes antes. “Você pode me dizer seu nome?”
“Meu nome é Lexi Smart,” eu respondi prontamente. Dr. Harman confirma e adiciona um tick na sua pasta.
“E quando você nasceu?”
“1979.”
“Muito bom.” Ele faz outra anotação. “Agora, Lexi, quando você bateu o seu carro, você bateu sua cabeça contra o parabrisa. Havia um pouco de inchasso no seu cérebro, mas parece que você foi sortuda. Eu ainda preciso checar, mesmo assim.” Ele ergue a caneta. “Se você pudesse olhar para a ponta da caneta, eu vou mover ela de um lado para o outro.”

Médicos não deixam você falar nada, deixam?

“Com licença!” eu acenei para ele. “Você me confundiu com alguma outra pessoa. Eu não bati de carro.”

Dr. Harman franze e volta duas páginas na sua pasta. “Aqui diz que a paciente esteve envolvida em um acidente de transito.”

Ele olha pelo quarto procurando uma confirmação. Por que ele está pedindo para eles? Sou eu a acidentada.

“Bom, eles devem ter escrito errado,” eu disse firme. “Eu estava em um clube com meus amigos e nós estávamos correndo atrás de um táxi e eu caí. É isso que aconteceu. Eu lembro bem.”

Dr. Harman e Maureen trocam olhares confusos.

“Definitivamente foi acidente de trânsito,” Maureen murmura. “Dois veículos, lado a lado. Eu estava na Emergência e eu vi ela entrando. E o outro motorista. Eu acho que ele teve uma fratura pequena no braço.”
“Eu não posso ter estado em uma batida de carro.” Eu tentei manter minha paciência. “Para começo, eu não tenho um carro. Eu nem mesmo sei dirigir!”

Eu pretendo aprender a dirigir um dia. É só que eu nunca precisei desde que eu comecei a morar em Londres, e o curso é tão caro, e não é como se eu pudesse pagar um carro.

“Você não tem uma...” Dr. Harman vira uma página e franze à escrita. “Uma Mercedes conversível?”
“Uma Mercedes?” eu ronco com uma risada. “Você está falando sério?”
“Mas aqui diz...”
“Olhe.” Eu cortei ele tão polidamente quanto eu pude. “Eu vou dizer para você o quanto sócias do Deller Carpets de 25 anos ganham ok? E você me diz se eu posso pagar uma Mercedes conversível.”

Dr. Harman abre sua boca para responder – mas é interrompido por um dos seus internos, Diana, que bate no seu ombro. Ela rabisca alguma coisa na minha ficha e Dr. Harman abre sua boca de novo em choque. Seus olhos encontram o da interça; ela levanta suas sobrancelhas, olha para mim, e aponta para o papel de novo. Eles parecem um par de rejeitados da escola de mímica. Agora Dr. Harman está chegando perto e olhando intensamente para mim com uma expressão grave. Meu estômago começa a se revirar. Eu já vi E.R., eu sei o que essa expressão significa.
Lexi, nós fizemos uma tomografia e vimos alguma coisa que não esperávamos encontrar. Pode ser nada.
Exceto que nunca é nada, né? De outro jeito, porque apareceria no programa?

“Tem alguma coisa bem errada comigo?” eu disse quase agressivamente, tentando suprimir o terror na minha voz. “Apenas me conte, okay?”

Minha mente já estava girando pelas possibilidades. Câncer. Buraco no coração. Perder uma perna. Talvez eu já tivesse perdido uma perna – e eles não querem me contar. Rapidamente eu senti através das cobertas.

“Lexi, eu quero perguntar uma outra coisa.” Dr. Harman estava com uma voz gentil. “Você pode me dizer que ano nós estamos?”
“Que ano nós estamos?” Eu olhei para ele, impressionada.
“Não fique assustada,” ele disse reassegurando. “Só me diga em que ano você acha que é. É uma das checagens padrão.”

Eu olhei de rosto para rosto. Eu posso dizer que eles estão fazendo algum tipo de jogo comigo, mas eu não consigo descobrir qual.

“É 2004,” eu digo, por fim.

Há uma inércia estranha no quarto, como se ninguém quisesse respirar.

“Okay.” Dr. Harman se senta na cama. “Lexi, hoje é seis de maio de 2007.”

Seu rosto estava sério. Todos os outros parecem sérios também. Por um instante uma rachadura parece abrir no meu cérebro – mas daí, com uma onda de alívio, eu entendo. É uma pegadinha!

“Ha-há.” Eu rolo meus olhos. “Muito engraçado. A Fi falou para você fazer isso? Ou Carolyn?”
“Eu não conheço ninguém chamado Fi ou Carolyn,” Dr. Harman responde sem quebrar o olhar. “E eu não estou brincando.”
“Ele está falando sério, Lexi,” um dos internos fala. “Nós estamos em 2007.”
“Mas... isso é o futuro” Eu digo estupidamente. “Você está dizendo que eles inventaram máquinas do tempo?” Eu forcei uma risada, mas ninguém se juntou a mim.
“Lexi, isto pode se um choque,” Maureen diz gentilmente, colocando sua mão no meu ombro. “Mas é verdade. É maio de 2007.”

Eu sinto como se os dois lados do meu cérebro não estivessem conectados, ou alguma coisa assim. Eu posso ouvir o que eles estão dizendo, mas é ridículo. Ontem era 2004. Como nós podemos ter pulado três anos?

“Olha, não pode ser 2007,” eu disse por fim, tentando não mostrar o quão confusa eu estava. “É 2004. Eu não sou estúpida-..”
“Não fique chateada,” Dr. Harman disse, enviando um olhar de aviso para os outros. “Vamos ir devagar. Por que você não nos conta qual a sua última lembrança?”

“Ok, bom...” eu esfrego o meu rosto. “Ontem a noite eu lembro de sair com algumas amigas do trabalho. Sexta a noite. Nós fomos a um clube... e nós estávamos tentando conseguir um táxi na chuva e eu escorreguei nos degraus e caí. E eu acordei no hospital. Era 20 de fevereiro de 2004.” Minha voz estava tremendo. “Eu sei a data exata, porque o funeral do meu pai é no outro dia! Eu perdi, porque eu estava presa aqui!”
“Lexi, tudo isso aconteceu mais que três anos atrás,” Maureen diz suavemente. “Você está lembrando do acidente errado.” Ela parece tão certa. Eles todos parecem tão certo. Pânico está crescendo dentro de mim enquanto eu olho para os seus rostos. É 2 0 0 4, eu sei que é. Parece com 2004.
“O que mais você lembra?” Dr. Harman pergunta. “Ainda naquela noite.”
“Eu não sei,” eu disse defensivamente. “Estar no trabalho... mudar para o meu flat...tudo!”
“Sua memória está um pouco embaralhada?”
“Um... um pouco,” eu admiti relutantemente enquanto a porta abria.
A interna chamada Diana deixou o quarto por um momento e agora ela estava de volta, segurando uma cópia do Correio Diário (Daily Mail – jornal). Ela se aproxima da cama e olha para Harman. “Eu devo?”
“Sim.” Ele confirma. “É uma boa idéia.”
“Veja, Lexi.” Ela aponta para a data no topo. “É o jornal de hoje.”

Eu sinto uma onda massiva de choque quando eu olho a data: Seis de Maio de 2007. Mas, eu quero dizer... são apenas palavras impressas no papel – não prova nada. Eu olho mais em baixo da página, uma fotografia de Tony Blair.

“Deus, ele envelheceu!” Eu exclamei antes que eu pudesse evitar.

Assim como mamãe piscou através da minha mente e um frio subido desce pela minha espinha.
Mas… isso não prova nada também. Talvez a luz era desfavorável.
Com as mãos tremendo, eu viro a página. Há um silêncio total no quarto; todos estão me olhando, ansiosos.

Meu olhar viaja incerto sobre alguns títulos de matérias –Aumento de lucro... Rainha nos Estados Unidos visita – então meu olhar foi atraído para um anúncio de uma livraria. Metade do preço na fantasia, incluindo Harry Potter e o Príncipe Mestiço.
Okay. Agora minha pele realmente estava pinicando. Eu já li todos os livros do Harry Potter, todos os cinco. Eu não lembro de nenhum príncipe mestiço.

“O que é isso?” eu tentei soar casual, apontando para o anúncio. “O que é Harry Potter e o Príncipe Mestiço?”
“É o último livro,” Garth, o outro interno, disse. “Saiu faz tempos.”
Eu não pude evitar engasgar. “Há um sexton Harry Potter?”
“E o sétimo vai sair logo!” Diana se adianta avidamente.
“E adivinha o que acontece no fim do sexto livro -..”
“Shh!” Nicole exclama, a outra enfermeira. “Não conte para ela!”

Eles continuam discutindo, mas eu não escuto eles mais. Eu encaro o jornal até que salta nos meus olhos. É por isso que nada faz sentido. Não é mamãe que está confusa – sou eu.

“Então eu estive em um coma” – eu engoli com dificuldade – “por três anos?”

Eu não posso acreditar. Eu sou a Garota Coma. Todos estiveram esperando para mim acordar por três anos. O mundo continuou sem mim. Minha família e amigos provavelmente me fizeram vídeos, fizeram vigilância, cantaram canções e tudo.
Mas Dr. Harman está balançando a cabeça.

“Não, não é isso. Lexi, você só foi internada a cinco dias atrás.”

O que?

Chega. Eu não posso cooperar com isso mais. Eu vim no hospital cinco dias atrás em 2004 – mas agora magicamente é 2007? Onde nós estamos, maldita Nárnia?

“Eu não entendo!” eu disse empurrando o jornal de lado. “Eu estou alucinando? Eu fiquei louca?”
“Não!” Dr. Harman diz enfáticamente. “Lexi, eu acho que você está sofrendo do que nós chamamos de amnésia retrógrada. É uma condição que normalmente aparece depois de machucados na cabeça, mas parece que a sua possa ser prolongada.”

Ele continua falando, mas suas palavras não estão se fixando apropriadamente no meu cérebro. Enquanto eu olho para a equipe, eu rapidamente sinto suspeita. Eles parecem falsos. Eles não são médicos profissionais de verdade, são? Este é um hospital de verdade?

“Você roubou meu rim?” Minha voz surge em um rugido de pânico. “O que você fez comigo? Você não pode me manter aqui. Eu vou ligar para a polícia.” Eu tentei lutar para sair da cama.
“Lexi.” Nicole me segura pelos ombros. “Ninguém está tentando te machucar. Dr. Harman está falando a verdade. Você perdeu a memória e está confusa.”
“É natural que vcoê fique em pâncio, acreditar que há um tipo de conspiração. Mas nós estamos te contando a verdade.” Dr. Harman olhou firmemente nos meus olhos. “Você esqueceu um bom pedaço da sua vida, Lexi. Você esqueceu. Isso é tudo.”

Eu queria chorar. Eu não posso dizer se eles estão mentindo, se tudo isso é alguma pegadinha enorme, se eu devia confiar neles ou tentar fugir. Minha cabeça está girando com a confusão –
Então eu de repente congelei. A manga da minha veste do hospital levantou enquanto eu estava lutando e eu notei uma pequena e distinta cicatriz em V perto do meu cotovelo. Uma cicatriz que eu nunca tinha visto antes. Uma cicatriz que eu não reconheci.
Não é nova, também. Deve ter meses.

“Lexi, você está bem?” Dr. Harman pergunta.

Eu não posso responder. Meu olhos estão presos na cicatriz não-familiar. Coração batendo, eu vagarosamente movo meu olhar para as minhas mãos. Essas unhas não são de acrílico, são? Acrílico não é tão bom. Essas são as minhas unhas de verdade, genuínas. E não há jeito de elas terem crescido tanto assim em cinco dias. Eu sinto como se eu saísse do raso e me encontrasse uma milha abaixo da água cinza.

“Você está dizendo” – eu limpei minha garganta – “Que eu perdi três anos da minha memória.”

“Bom, é difícil dizer com precisão, mas é o que parece no momento.” Dr. Harman confirma.
“Eu posso ver o jornal de novo, por favor?” Minhas mãos estão tremendo quando eu pego ele da Diana. Eu viro as páginas e em cada uma delas há a mesma data. Seis de Maio de 2007. Seis de Maio de 2007.
É realmente o ano de 2007. O que significa que eu devo ter...
Ai Meu Deus! Eu tenho 28 anos.
Eu estou velha.

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