terça-feira, 28 de julho de 2009

Lembra De Mim Cap4

Capítulo 4

Edward. Ethan. Errol.
Uma hora depois e eu ainda estou em estado de choque.
Eu continuo olhando com descrença para o meu anel de casamento descansando no armário de cabeceira. Eu, Lexi Smart, tenho um marido. Eu não me sinto velha o suficiente para ter um marido.
Elliott. Eamonn. Egbert.
Por favor, Deus, Egbert não.
Eu revistei a bolsa Louis Vuitton. Eu olhei por completo o diário. Eu passei os olhos em todos os meus números armazenados no celular. Mas eu ainda não descobri o que o E significa. Você pensaria que eu lembraria o nome do meu próprio marido. Você pensaria que isso estaria gravado na minha mente. Quando a porta abre, eu endureço, quase esperando que seja ele. Mas é a mamãe de novo, parecendo rosa e molestada.
“Esses guardas de trânsito não têm coração. Eu estava só há vinte minutos no veterinário, e –“
“Mãe, eu estou com amnésia.” Eu corto ela em um ímpeto. “Eu perdi minha memória. Eu perdi um grande pedaço inteiro da minha vida. Eu estou realmente... pirando.”
“Oh. Sim, a enfermeira mencionou isso.” O olhar dela momentaneamente encontra o meu, então se afasta de novo. Mamãe não é a melhor em contato olho no olho. Ela nunca foi. Eu costumava ficar muito frustrada quando eu era menor, mas agora eu só vejo que uma daquelas coisas da mamãe. Como a maneira como ela não aprenderá os nomes dos programas de Tv corretamente, mesmo depois de você dizer para ela quinhentas vezes que não é The Simpsons Family.
Agora ela está sentando e tirando seu colete. “Eu sei exatamente como você se sente.” Ela começa. “Minha memória está pior a cada dia. De fato, outro dia --”
“Mãe...” Eu inalo profundamente, tentando ficar calma. “Você não sabe como eu me sinto. Isso não é como esquecer-se de onde você colocou algo. Eu perdi três anos da minha vida! Eu não sei nada sobre mim em 2007. Eu não pareço a mesma, nenhuma das minhas coisas são as mesmas, e eu achei esses anéis que aparentemente pertencem a mim, e eu apenas tenho que saber uma coisa...”
Minha voz está saltando com apreensão.
“Mãe.. eu realmente casei?”
“É claro que você está casada!” mamãe parece surpresa por eu precisar perguntar. “Eric estará aqui em um minuto. Eu lhe disse isso mais cedo.”
“Eric é o meu marido?” eu encaro ela. “Pensei que Eric fosse um cachorro.”
“Um cachorro?” ela levanta as sobrancelhas. “Céus, querida! Você levou um baque na cabeça!”
Eric. Eu estou rolando o nome em torno de minha cabeça experimentando. Meu marido, Eric.
Não significa nada pra mim. Não é um nome que eu sinta de algum jeito.
Eu amo você, Eric.
Com o meu corpo eu te adoro (no sentido de venerar), Eric.
Eu espero por algum tipo de reação em meu corpo. Certamente eu devo responder? Seguramente todas minhas células de amor devem despertar? Mas eu me sinto totalmente vazia e nada.
“Ele tinha uma importante reunião essa manhã. Mas, por outro lado, ele esteve aqui com você dia e noite.”
“Certo.” Eu digiro isso. ”Então... então como ele é?”
“Ele é muito legal.” Diz mamãe, como se ela estivesse falando sobre um bolo poroso.
“Ele é...” eu paro.
Eu não posso perguntar se ele é bonito. Seria realmente muito baixo. E se ela evita a pergunta e diz que ele tem um maravilhoso senso de humor?
Se ele for obeso?
Oh Deus. E se eu conheci a linda alma dele conforme nós trocávamos mensagens na internet, só agora eu esqueci tudo sobre isso e eu terei que fingir que a aparência dele não importa pra mim?
Nós permanecemos em silêncio e eu me pego olhando o vestido da mamãe – Laura Ashley, aproximadamente 1975. Os babados entram e saem de moda, mas de alguma forma ela não sabe disso. Ela continua vestindo as mesmas roupas que ela vestia na primeira vez que ela encontrou meu pai, e o mesmo cabelo longo (flicky???), o mesmo brilho labial fosco. É como se ela pensasse ainda estar em seus vinte anos.
Não que eu vá mencionar isso pra ela. Nós nunca tivemos uma aconchegante conversa mãe e filha.

Uma vez eu tentei confiar nela, quando eu me separei do meu primeiro namorado. Grande erro. Ela não ficou simpática, ou me deu um abraço, ou até mesmo me ouviu. No lugar disso, ela ficou toda rosa, defensiva e fria comigo, como se eu estivesse tentando machucar ela ao conversar sobre relacionamentos. Eu senti como se eu estivesse negociando ao lado de uma mina terrestre, pisando em pequenas partes sensíveis da vida dela que eu nem mesmo sabia que existia.
Então eu desisti e, ao invés disso, liguei para minha amiga Fi.
“Você lidou com o pedido daquelas capas de sofá pra mim, Lexi?” Mamãe interrompe meus pensamentos. “Pela internet.” Ela complementa ao meu olhar vago. “Você ia fazer isso semana passada.”
Ela ouviu alguma coisa do que eu disse?
“Mãe, eu não sei.” Eu digo devagar e claramente. “Eu não lembro de nada sobre os últimos três anos.”
“Desculpe, querida.” Mamãe bate em sua cabeça. “Eu estou sendo estúpida.”
“Eu não sei o que eu estive fazendo semana passada, ou ano passado... ou mesmo quem é meu marido.” Eu estico meus braços. “Pra ser honesta, é bastante assustador.”
“Claro. Absolutamente.” Mamãe está assentindo com a cabeça, um olhar distante em seus olhos, enquanto ela processa minhas palavras. “A questão é a seguinte, querida, eu não me lembro do nome do Web Site, então se aconteceu de você recordar—“
“Eu avisarei você, okay?” Eu não consigo deixar de estourar. “Se minhas memórias voltarem, a primeira coisa que eu vou fazer é ligar pra você sobre as suas capas de sofá. Jesus!”
“Não precisa levantar sua voz, Lexi.” Ela diz, abrindo seus olhos arregalados.
Okay, então em 2007 mamãe oficialmente ainda me joga na parede (?). Certamente eu suponho ter deixado de me irritar com a minha mãe? Automaticamente eu começo a roer minha unha do polegar. Então eu paro. A Lexi de vinte oito anos não rói as unhas.
“Então, o que ele faz?” Eu volto para o assunto do meu assim chamado marido. Eu ainda não posso acreditar que ele é real.
“Quem, Eric?”
“Sim. Claro que é o Eric!"

“Ele vende propriedades.” Mamãe diz, como se eu devesse saber. “Ele é muito bom, na verdade.”
Eu me casei com um agente em estado real chamado Eric.
Como?
Por que?
“Nós vivemos em meu flat?”
“Seu flat?” mamãe olha confusa. “Querida, você vendeu seu flat muito tempo atrás. Você vive numa casa marital agora.”
“Eu o vendi?” Eu sinto uma pontada. “Mas eu acabei de comprá-lo.”
Eu amo meu flat. É em Balham e é minúsculo mas aconchegante, com os caixilhos da janela pintados de azul por mim mesma, e um amável sofá mole de veludo e pilhas de almofadas coloridas em toda parte, e delicadas luzes ao redor do espelho. Fi e Carolyn me ajudaram a me mudar dois meses atrás, e nós pintamos com spray o banheiro de cor-de-prata, e então nós também pintamos de cor-de-prata nossas calças com spray. E agora tudo se foi. Eu vivo em uma casa marital. Com o meu marido marital.
Por milhares de vezes eu olhei para o anel de casamento e o solitário de diamante. Então eu automaticamente disparo em um relance para a mão da mamãe. Ela continua usando o anel de papai, apesar da maneira como ele se comportou com ela por todos esses anos.
Papai. O funeral de papai.
É como se uma mão tivesse agarrado meu estômago, apertado.
“Mãe...” eu me arrisco cautelosamente. “Eu sinto muito ter perdido o funeral do papai. Isso... você sabe, ocorreu tudo bem?”
“Você não perdeu, querida.” Ela me observa atentamente como se eu fosse louca. “Você estava lá.”
“Oh.” Eu encaro ela, confusa. “Certo, claro. Eu só não me lembro de nada sobre isso.”
Dando um pesado suspiro, eu me inclino para trás em meus travesseiros. Eu não me lembro do meu próprio casamento e não me lembro do funeral do meu pai. Dois dos mais importantes eventos da minha vida, e eu sinto como se tivesse faltado neles. “Então, como foi?”
“Oh, foi tudo tão bem como essas coisas sempre são...”
Mamãe está olhando nervosa, da maneira que ela sempre ficar quando o assunto do papai vem à tona.
“Quantas pessoas estavam lá?”
Uma expressão de dor vem a ser rosto.

“Não vamos nos estender nisso, querida. Foi anos atrás.” Ela se levanta como se para escapar do meu questionário.
“Agora, você almoçou alguma coisa? Eu não tive tempo pra comer nada, só um pedacinho de um ovo cozido e torradas. Eu irei e vou procurar algo para nós duas. E ter certeza que você está comendo apropriadamente, Lexi.” Ela complementou. Nada dessa obsessão de sem-carboidratos. Uma batata não vai matar você.”
Sem carboidratos? Foi como eu consegui essa forma? Eu olho para baixo de relance para minhas não familiares pernas tonificadas. Tem que ser dito, elas parecem como se não soubessem o que é uma batata.
“Eu mudei muito na aparência, não mudei?” Eu não posso deixar de dizer, um pouco subconscientemente. “Meu cabelo... meus dentes...”
“Eu suponho que você esteja diferente.” Ela me observa vagamente. “Foi tão gradual. Eu nem reparei realmente.”
Pelo amor de Deus. Como você pode nem mesmo reparar quando a sua filha muda de uma desprezível, obesa Snaggletooth para uma pessoa magra, bronzeada, elegante.
“Eu não vou demorar.” Mamãe pega sua bolsa de ombro bordada. “E Amy deverá estar a qualquer momento.”
“Amy está aqui?” meu espírito eleva-se conforme eu visualizo minha irmãzinha em seu colete rosa felpudo e sua calça jeans bordada com flores e aqueles fofos tênis que a luz acende quando ela dança.
“Ela está só comprando uns chocolates no andar debaixo.” Mamãe abre a porta. “Ela ama aqueles Kit Kats de hortelã.”
A porta fecha atrás dela e eu a continuo encarado. Eles inventaram Kit Kats de hortelã?
2007 é realmente um mundo diferente.
Amy não é minha meia irmã ou filha de um padrasto ou madrasta, como a maioria das pessoas presume. Ela é minha por inteiro, cem por cento, irmã. Mas as pessoas ficam confusas porque: 1. Há trezes anos de diferença entre nós. 2. Minha mãe e meu pai se separaram antes de ela nascer. Talvez “separar” seja muito forte.

Eu não tenho certeza do que ocorreu exatamente – tudo que eu sei é que meu pai nunca esteve muito por perto quando eu estava crescendo. A razão oficial era que o seu negócio tinha base no exterior. A razão real era ele ser um oportunista imprestável. Eu tinha oito anos quando eu o vi descrever para minhas tias, na festa do Natal, como era ser um. Quando eles me viram, eles ficaram perturbados e mudaram o assunto, então eu imaginei que imprestável era realmente algum terrível palavrão. Isso sempre ficou na minha cabeça. Imprestável.
A primeira vez que ele saiu de casa, eu tinha sete anos. Mamãe disse que ele teria que ir em uma viagem para América, então quando Melissa da escola disse que ela tinha visto ele numa co-op (é uma loja) com uma mulher de jeans vermelhos, eu disse que ela era uma grande mentirosa. Ele voltou para casa umas semanas depois, parecendo cansado – do jet-lag, ele disse.
Quando eu o importunei por uma lembrancinha, ele me deu um pacote de chicletes Wrigley. Eu chamei isso de meu chiclete americano e mostrei pra todo mundo na escola – até Melissa apontar para o adesivo de preço da co-op. Eu nunca disse pro papai que eu sabia a verdade, ou pra mamãe.
Eu meio que sabia tudo sobre todo o tempo em que ele não esteve na América.
Dois anos depois, ele desapareceu de novo, por uns meses dessa vez. Então ele começou um negócio próprio na Espanha, o que foi um fracasso. Então ele se envolveu em uma pirâmide de esquemas desonestos e tentou envolver todos os nossos amigos. Em algum lugar nesse meio tempo tornou-se um alcóolatra... Então ele foi morar por um tempo com uma espanhola. Mas a mamãe continuava o aceitando de volta. Então, três anos atrás, ele se mudou para Portugal para sempre, aparentemente para ficar longe do homem do imposto.
Mamãe teve vários outros “amigos cavalheiros” no decorrer dos anos, mas ela e papai nunca se divorciaram – nunca se deixaram realmente um do outro tampouco.

E, evidentemente, em umas dessas alegres beber-com-minhas-queridas visitas de Natal, ela e ele devem ter...
Bem, eu não quero realmente imaginar isso. Nós temos Amy, esse é o ponto. E ela é a coisinha mais adorável, sempre brincando em sua esteira de dança e querendo trançar meu cabelo milhares de vezes.

O quarto está silencioso e escuro desde que mamãe saiu. Eu me sirvo um copo de água e dou uns golinhos lentamente. Meus pensamentos estão todos nebulosos, como um local de bomba após a explosão. Eu me sinto como uma especialista retórica, escolhendo através das praias diferentes, tentando trabalhar com a imagem completa.
Há uma fraca batida na porta e eu olho pra cima.
“Olá? Entre.”
“Oi, Lexi?”
Uma garota não familiar, em torno de seus quinze anos está movendo-se lentamente pelo quarto. Ela é alta e magra, com a calça jeans deixando o diafragma a amostra, um umbigo furado, um cabelo azul listrado (acho que são mechas azuladas) pontudo e em torno de seis camadas de rímel. Não tenho idéia de quem seja ela. Assim que ela me ver, ela faz uma careta.
“Seu rosto ainda parece ferrado.”
“Oh,” eu digo surpresa. Os olhos da garota se estreitam conforme ela me examina.
“Lexi... sou eu. Você sabe que sou eu. Não sabe?”
“Certo!” eu faço uma cara apologética. “Olha, eu realmente sinto muito, mas eu tive esse acidente e eu estou tendo alguns problemas com a minha memória. Quero, eu tenho certeza que nos conhecemos –“
“Lexi?” ela soa incrédula, quase machucada. “Sou eu! Amy!”
Eu estou sem palavras. Eu estou mais que sem palavras. Essa não pode ser minha irmãzinha.
Mas é, Amy virou uma alta, elegante, adolescente da moda. Praticamente uma adulta. Conforme ela passeia pelo quarto, pegando coisas e as colocando no lugar de volta, eu fico fascinada com a altura dela. Com a confiaça dela.
“Há alguma comida aqui? Eu estou faminta.” Ela tem a mesma voz doce, roca que ela sempre teve-- mas modulada. Mais legal e mais maneira da rua.

“Mamãe foi pegar pra mim o almoço. Você pode dividir comigo se quiser.”
“Ótimo.” Ela sentou em uma cadeira e passou os braços em volta das longas pernas, mostrando as botas de camurça até o tornozelo com saltos pontudos. “Enão você não lembra de nada? Isso é tão legal!”
“Isso não é legal.” Eu rebato. “É horrível. Eu me lembro até antes do funeral do papai... e então tudo só fica vago. Eu também não me lembro dos meus primeiros poucos dias no hospital. É como se eu tivesse acordado pela primeira vez noite passada.”
“Espera aí.” Ela estreita os olhos. “Então você não se lembra de mim lhe visitando antes?”
“Não. Tudo que eu me lembro é de você com doze anos. Com seu rabo de cavalo e aparelhos no dentes. E aquelas fofas presilhas de cabelo que você costumava usar.
“Não lembra de mim.” Amy fingi que está vomitando, então franze as sobrancelhas pensando. “Então... deixe-me entender isto. Os últimos três anos inteiros são um branco total.”
“Como um grande buraco negro. E tudo antes disso estã um pouco embaçado. Aparentemente eu casei.” Eu rio nervosamente. “Eu não tinha idéia! Você foi a dama de honra do casamento ou algo do tipo?”
“Yeah,” ela diz distraidamente. “Foi legal. Hey, Lexi, eu não quero trazer isto a tona quando você está se sentindo tão doente, mas...” ela enrola um fio de cabelo, olhando esquisito.
“O que?” eu olho pra ela surpresa. “Me diz.”
“Bem, é só que você está me devendo 70 libras.” Ela encolhe os ombros apologeticamente. “Você me pediu emprestado semana passada quando o seu cartão de crédito não estava funcionando e você me disse que me pagaria de volta. Eu não espero que você vá lembrar...”
“Oh.” Eu digo espantada. “Claro. Só pegue você mesma.” Eu gesticulo para a bolsa Louis Vuitton. “Eu não sei se tem algum dinheiro aí dentro...”
“Terá.” Amy diz rapidamente com um sorriso minúsculo. “Obrigada!” Ela põe no bolso as notas e abraça as pernas na cadeira de novo, brincando com a sua coleção de pulseiras prateadas. Então ela olha pra acima repentinamente em alerta.
“O que?”

Ela me examina com os olhos estreitos e descrentes. “Ninguém te disse, disse?”
“Me disse o que?”
“Jesus. Eu suponho que eles estão tentando revelar as coisas pra você gradualmente, mas, eu quero dizer...” ela balança sua cabeça, mordiscando suas unhas. “Pessoalmente, eu acho que você deveria saber mais cedo do que mais tarde.”
“Saber o que?” Eu sinto uma batida de alarme. “O que, Amy? Me diz!”
Por um momento, Amy parece debater com ela mesma, então ela se levanta.
“Espera aqui.” Ela desaparece por um curto momento. Então a porta abre de novo e ela reaparece. Agarrando um bebê asiático em torno de um ano de idade. Ele está vestindo um macacão e segurando uma madeira de suco, e ele me dá um sorriso radiante.
“Esse é Lennon.” Ela me diz, sua expressão comovida. “Esse é seu filho.”
Eu olho fixamente pra eles dois, congelada de terror. Do que ela está falando?
“Eu acho que você não se lembra?” Amy acaricia o cabelo dele carinhosamente. “Você adotou ele no Vietnã seis meses atrás. É uma grande estória na verdade. Na verdade, você o contrabandeou na sua mochila. Você chegou bem perto de ser presa!”
Eu adotei um bebê?
Eu sinto um frio no meu intestino. Eu não posso ser mãe. Eu não estou pronta. Eu não sei nada sobre bebês.
“Diga oi pra sua criança!” Ela o leva até a cama, estalando em seus saltos pontudos. “Ele a chama de Môo-mah, a propósito.”
Môo-mah?
“Oi, Lennon.” Eu digo finalmente. Minha voz tensa. “É a... é a Môo-mah.” Eu tento adotar uma voz amorosa de mãe. “Venha pra Môo-mah!”
Eu olho pra cima pra ver o lábio de Amy tremendo estranhamente. De repente ela solta um resfolêgo de uma risada e cobra a boca com a mão. “Desculpe!”
“Amy, o que está havendo?” Eu encaro ela, com um início de suspeita. “É realmente meu bebê?”
“Eu o vi no corredor antes.” Ela fala precitadamente. “Eu não consegui resistir. Sua cara!” Ela está tendo uma ataque de risadas. “’Venha pra Môo-mah!’”
Eu posso ouvir barulho de choro e gritos vindo do outro lado da porta.
“Devem ser os pais dele!” eu sibilo em consternação.

“Sua pequena cruel... Ponha ele de volta!”
Eu desmorono em meus travesseiros em alívio, meu coração batendo. Obrigada porra. Eu não tenho um filho.
E eu não consigo me recuperar da Amy. Ela costumava ser tão doce e inocente. Ela costuma ver Barbie A bela adormecida repetidamente com o seu dedão em sua boca. O que aconteceu com ela?
“Eu cheguei bem perto de ter um ataque do coração.” Eu digo reprovadoramente assim que ela volta, segurando uma lata de coca diet. “Seu morresse, seria sua culpa.”
“Bem, você precisa compreender.” Ela rebate com um sorriso largo não arrependido. “As pessoas poderiam te contar todos os tipos de besteiras.”
Ela tira uma barra de goma de mascar e começa a desembrulhá-la. Então ela se inclina pra frente.
“Hey, Lexi.” Ela diz numa voz baixa. “Você realmente está com amnésia ou só está fingindo? Eu não vou contar.”
“O que? Por que eu fingiria?”
“Eu pensei que poderia ter algo de que você quisesse se livrar. Como uma hora marcada com o dentista.”
“Não. Isso é real.”
“Okay, tanto faz.” Ela encolhe os ombros e me oferece o chiclete.
“Não, obrigada.” Eu envolvo meus braços em volta dos joelhos, repentinamente amedrontada. Amy está certa. As pessoas podem totalmente tirar vantagem de mim. Eu tenho tanto pra aprender e não sei nem por onde começar.
Bem, eu poderia começar pelo óbvio.
“Então.” Eu tento soar casual. “Como é o meu marido?”
Como o meu marido... se parece?
“Wow.” Os olhos de Amy se abrem arregalados. “Claro! Você não tem idéia de como ele é.”
“Mamãe disse que ele era legal...” eu tento esconder minha apreensão.
“Ele é amável.” Ela assente seguramente. “Ele tem um senso de humor real. E vai ser operar de sua corcunda.”
“Yeah. Boa tentativa, Amy.” Eu rolo os meus olhos.

“Mamãe disse que ele era legal...” eu tento esconder minha apreensão.
“Ele é amável.” Ela assente seguramente. “Ele tem um senso de humor real. E vai ser operar de sua corcunda.”
“Yeah. Boa tentativa, Amy.” Eu rolo os meus olhos.
“Lexi, ele ficaria realmente magoado se ouvisse isso!” Amy olha espantada. “Isso é 2007. Nós não discriminamos por causa de aparência. E Eric é um cara tão doce e amável. Não é culpa dele sua costa ter se deteriorado quando ele teve um bebê. E ele tem conseguido tanto. Ele é imponente.”
Agora eu estou quente de vergonha. Talvez o meu marido tenha uma corcunda. Eu não devo ser corcundista (ahn?? Talvez seja preconceituosa com corcundas). Tanto faz como ele se parece, eu tenho certeza que eu o escolhi por uma boa razão.
“Ele pode andar?” eu pergunto nervosamente.
“Ele andou pela primeira vez no seu casamento.” Diz Amy, seus olhos distantes com a memória. “Ele se levantou de sua cadeira de rodas pra dizer os votos dele. Todo mundo estava em lágrimas... o vigário mal podia falar.” A boca dela estava se contraindo de novo.
“Sua pequena vaca!” eu exclamo. “Ele não tem a droga de uma corcunda, tem?”
“Eu sinto muito.” Ela começa a dar risadinhas sem ajuda. “Mas isso é um jogo tão bom.”
“Não é um jogo!” eu agarro minha cabeça, esquecendo meus ferimentos e tremo. “É a minha vida. Eu não tenho idéia de como meu marido é, ou como eu o conheci, ou coisa alguma.”
“Okay.” Ela parece se arrepender. “O que aconteceu foi, você estava conversando com um velho mendigo grisalho, o nome dele era Eric—“
“Cala a boca! Se você não me contar, eu vou perguntar pra mamãe.”
“Tá bom!” ela levanta as mãos em rendimento. “Você quer saber seriamente?”
“Sim!”
“Okay, então. Você o conheceu em um TV Show.”
“Tente de novo.” Eu levanto meus olhos ao céu.
“É verdade. Eu não estou contando besteiras agora. Você estava nesse reality Show Ambição. Aonde as pessoas querem chegar ao topo nos negócios. Ele era um dos juízes e você era uma competidora. Você não chegou muito longe no Show, mas você conheceu Eric e você concordou.”
Há silêncio. Eu estou esperando ela se acabar de rir e produzir alguma enérgica linha de soco, mas ela apenas dá um gole grande em sua coca diet.
“Eu estava num reality show?” eu pergunto ceticamente.
“Yeah. Foi muito legal. Todos os meus amigos assistiram, e todos nós votamos em você. Você devia ter ganhado!”
Eu a olho de perto, mas o rosto dela está totalmente sério. Ela está dizendo a verdade? Eu realmente estava na televisão?
“Por que na Terra eu iria para um show como esse?”
“Para ser a chefa.” Ela encolhe os ombros. “Pra ir em frente. Foi quando você refez seus dentes e seu cabelo, pra ficar bom na tv.”
“Mas eu não sou ambiciosa, quero dizer, eu não sou aquela ambiciosa...”
“Você está brincando?” Amy abre seus olhos arregalados. “Você é, como, a pessoa mais ambiciosa do mundo! Tão logo que seu chefe resignou você foi para o emprego dele. Todos os homens importante da sua companhia viram você na tv e ficaram realmente impressionados. Então eles deram isso a você.”
Minha mente se lembra daqueles cartões de trabalho no diário.
Lexi Smart, Diretora.
“Você é a diretora mais jovem que eles já tiveram na empresa. Foi tão legal quando você conseguiu o emprego.” Amy complementa.
“Nós todos saímos para celebrar. E você nos comprou todos os champagnes...” Ela tira da boca o chiclete e o coloca numa longa tora. “Você não se lembra de nada disso?”
“Não! Nada!”
A porta se abre e a mamãe aparece segurando uma bandeja com um prato coberto, um pote com mousse de chocolate, e um copo de água.
“Aqui estamos nós.” Ela diz. “Eu troce pra você um pouco de lasanha. E adivinha o que? Eric está aqui.”
“Aqui?” o sangue sobe ao meu rosto. “Você quer dizer... aqui no hospital?”

Mamãe assente com a cabeça. "Ele está em seu bem alto agora mesmo pra ver você. Eu disse a ele para lhe dar uns minutinhos para ficar preparada.”
Uns minutinhos? Eu preciso mais do que uns minutinhos. Isso tudo está acontecendo muito rápido. Eu ainda nem estou pronta para ter 28 anos. Sem falar sobre conhecer algum marido que eu supostamente tenho.
“Mãe, eu não tenho certeza se eu posso fazer isso.” Eu digo, em pânico. “Eu quero dizer...Eu não me sinto capaz de conhecê-lo ainda. Talvez eu devesse vê-lo amanhã. Quando eu estiver um pouco mais ajustada.”
“Lexi, querida.” Censura mamãe. “Você não pode mandar seu marido embora. Ele se apressou até aqui do seu trabalho especialmente para ver você!”
“Mas eu não o conheço! Eu não vou saber o que dizer ou o que fazer...”
“Querida, ele é seu marido.” ela dar tapinhas em minha mão de maneira tranqüilizadora.
“Não há nada com que se preocupar.”
“Ele deve ativar sua memória.” Concorda Amy, que está ela mesmo se servindo com o pote de mousse de chocolate, arrancando a tampa. “Você deve vê-lo e vai ‘Eric! meu amor! Tudo voltou pra mim!’”
“Cala a boca.” Eu repreendo. “E esse é o meu mousse de chocolate.”
“Você não come carboidratos.” Ela rebate. “Você esqueceu isso também?” Ela balança a colher provocadoramente na frente da minha cara.
“Boa tentativa, Amy.” Eu rolo meus olhos. “De jeito nenhum eu desistiria de chocolate.”
“Você nunca mais comeu chocolate. ela comeu, mãe? Você não comeu nada do seu próprio bolo de casamento por causa das calorias.”
Ela têm de estar me contando besteiras. Eu nunca desistiria de chocolate, nem em um milhão de anos. Eu estou prestes a dizer a ela para parar de encher meu saco e devolver o mousse, quando há uma batida na porta e uma voz masculina muito bem agasalhada (?????) chama, “Olá?”
”Ah meu Deus.” Eu olho freneticamente de cara a cara. “Ah meu Deus. É ele? Já?”

“Agüente um momento, Eric!” mamãe diz através da porta, então sussurra pra mim. “Se arrume um pouco, coração! Você parece como se tivesse sido arrasta através de uma cerca viva.”
“Dê uma folga a ela, mãe. Diz Amy. “Ela foi arrancada pelos destroços de um carro, lembra?”
“Eu só vou pentear seu cabelo rapidamente.” Mamãe vem com um minúsculo pente de bolsa e começa a empurrar minha cabeça.
“Ow!” eu protesto. “Você fará minha amnésia parecer pior!”
“Aqui.” Ela dá um puxão final e esfrega minha cara com o canto de um lenço. “Pronta?”
“Eu devo abrir a porta?” diz Amy.
“Não! Só... espere um segundo.”
Meu estômago está agitando-se de pavor. Eu não posso conhecer algum estranho total que aparentemente é meu marido. Isso é apenas tão... esquisito.
“Mãe, por favor.” Eu me viro pra ela. “é muito cedo. Diga a ele pra voltar mais tarde. Amanhã. Ou nós ate mesmo poderíamos deixar para daqui há algumas semanas.”
“Não seja boba, querida!” mamãe ri. Como ela pode ri? “Ele é seu marido. E você somente esteve em um acidente de carro, e ele estava doente de preocupação, e nós o mantemos longe tempo demais, pobre rapaz!”
Conforme mamãe move-se em direção a porta, eu estou agarrando o lençol com tanta força, o sangue comprime-se para fora das pontas de meus dedos.
“E se eu odiar ele? Se não tiver química entre nós?” Minha voz dispara em terror. “Quero dizer, ele espera que eu volte e more com ele?”
“Apenas jogue com a orelha. (????)” mamãe diz vagamente. “Relaxe, Lexi. Não há nada com que se preocupar. Ele é muitolegal.”
“Desde que você não mencione seu topete postiço.” Diz Amy. “Ou seu passado nazista.”
“Amy!” mamãe estala sua língua em reprovação e abre a porta. “Eric! Eu sinto tanto por fazer você aguardar. Entre.”
Há uma longa pausa insuportável. Então dentro do quarto, carregando um enorme buquê de flores, caminha o homem deslumbrante mais incrível que eu já vi.

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