terça-feira, 28 de julho de 2009

Lembra De Mim Cap3

Capítulo 3

Eles me deram uma boa forte xícara de chá. Porque isso cura a amnésia, não cura, uma xícara de chá?
Não, pára. Não seja tão sarcástica. Eu estou grata pelo chá. Pelo menos é algo a se agarrar. Pelo menos é algo real.
Conforme o Dr. Harman fala sobre exames neurológicos e CT scans, eu estou, de algum modo, controlando para manter isso junto. Eu estou calmamente afirmando com a cabeça, como se para dizer “Yeah, nenhum problema. Eu estou legal com tudo isso!” Mas por dentro eu não estou nem remotamente legal. Eu estou pirando. A verdade fica martelando em mim, repetidamente, até que eu me sinto zonza. Quando finalmente ele é chamado e tem que sair, eu sinto um enorme alívio. Eu não posso mais conversar. Eu não estou seguindo nada do que ele diz, de qualquer forma. Eu tomo um gole de chá e me despenco em meus travesseiros. (Okay, eu retiro tudo sobre o chá. É a melhor coisa que eu provo há um tempão).
Maureen foi embora do serviço e Nicole permaneceu no quarto e está rabiscando no meu prontuário. “Como você está se sentindo?”
“Muito, muito... muito estranha.” Eu tentei sorrir.
“Eu não culpo você.” Ela sorriu de volta simpaticamente. “Apenas pegue leve. Não se force. Você teve muito o que assimilar. Seu cérebro está tentando se reiniciar.”
Ela consultou seu relógio e escreveu a hora.
“Quando as pessoas ficam com amnésia.” Eu arrisco, “as memórias esquecidas voltam?”
“Normalmente.” Ela dá um assentimento com a cabeça.
Eu fecho meus olhos firmemente e tento lançar minha mente para trás o mais forte que eu consigo. Esperando que com isso viesse algo, alguma coisa. Mas não há nada. Só preto, mais nada.
“Então, me conte sobre 2007.” Eu abro meus olhos, “Quem é o primeiro ministro agora? E o presidente da América?”
“Seria Tony Blair” Ela responde, “e Presidente Bush”
“Oh .Os mesmos.” Eu falo às pressas “Então... eles resolveram o aquecimento global? Ou a cura para AIDS?”
Nicole encolhe os ombros. “Ainda não."
Você pensaria um pouco mais sobre o que teria acontecido em três anos. Você pensaria que o mundo teria prosseguido. Estou pouco impressionada com 2007, para ser honesta.
“Você gostaria de uma revista?” Nicole pergunta. “Eu vou só separar para você um café da manhã.” “Ela desaparece pela porta, então retorna e me dá uma copia da Hello! Eu corro meus olhos pelos títulos – e sinto uma sacudida de choque.
“Jenifer Aniston e Seu Novo Homem” Eu leio as palavras alto de maneira meio incerta. “Que Novo Homem? Por que ela precisa de um novo homem?”
“Oh, sim” Nicole segue meu olhar, despreocupada, “ Você sabe que ela se separou do Brad Pitt?”
“Jenifer e Brad se separaram?” Eu olho fixamente para ela, aterrorizada, “Você não pode estar falando sério! Eles não podem ter feito isso!”
“Ele está com a Angelina Jolie. (a expressão não significa “estar”, mas o sentido da frase era esse) Eles tiveram uma filha.”
“Não!” Eu gemo. “Mas Jen e Brad eram tão perfeitos juntos! E eles pareciam tão bem, e eles tiveram aquela amável foto de casamento e tudo mais.”
“Eles estão divorciados agora.” Nicole encolhe os ombros, como se não fosse grande coisa.
Eu não posso superar isso. Jen e Brad estão divorciados. O mundo é um lugar diferente.
“Todo mundo já se acostumou com isso.” Nicole me dá tapinhas no ombro calmamente. “Eu vou trazer pra você o café da manhã. Você gostaria de um todo inglês, continental, ou uma cesta de frutas? Ou todos três?”
“Um... continental, por favor. Muito obrigada.” Eu abro a revista, então a abaixo outra vez. “Espere aí. Cesta de frutas? De repente o NHS (Serviço Nacional de Saúde – National Health Service) ganhou um monte de dinheiro ou algo do tipo?”
“Aqui não é o NHS.” Ela sorri. “Você está na ala privada.”
Privada? Eu não posso me dar ao luxo de ir para ala privada.
“Eu só vou refrescar seu chá.” Ela pega o elegante bule chinês e começa a sevir.
“Pare!” Eu exclamo em pânico. Eu não posso ter mais chá. Isso provavelmente custa 50 libras a xícara.

“Alguma coisa errada? Nicole diz surpresa.
“Eu não posso me dar ao luxo de ter tudo isso.” Eu digo numa pressa envergonhada.
“Me desculpe. Eu não sei porque eu estou nesse quarto de luxo. Eu deveria ter ido para um hospital NHS. Eu fico feliz em me mudar...”
“Está tudo coberto pelo seu seguro de saúde privado. Ela diz. “Não se preocupe.”
“Oh.” Eu digo de volta. “Oh, certo.”
Eu tirei um seguro de saúde privado? Bem, é claro que eu tirei. Eu tenho 28 anos agora. Eu sou sensata.
IEu tenho vinte oito anos.
Isso me bate direto no estômago, como na primeira vez. Eu sou uma pessoa diferente. Eu não sou mais eu. Eu quero dizer, obviamente ainda sou eu. Mas sou uma versão de mim com vinte oito anos. Quem quer que o inferno seja isso. Eu fito minha mão de vinte oito anos como se para vir indícios. Alguém que pode pagar um seguro de saúde privado, obviamente, e ter uma muita boa manicure, e... Espere um minuto. Devagar eu viro minha cabeça e me concentro de novo na reluzente Louis Vuitton.
Não, não é possível. Essa bolsa de zilhões de libras de estrela de cinema não poderia realmente ser –
“Nicole?” Eu engulo, tentando soar indiferente. “Você acha... essa bolsa... minha?”
“Deve ser.” Nicole assente. “Eu só vou checar para você...” Ela abre a bolsa, tira uma carteira Louis Vuitton combinando e a abre. “É, é sua.” Ela vira a carteira para mostrar um cartão American Expressa platinum com Lexi Smart impresso nele.
Meu cérebro está em curto circuito conforme eu encaro as letras gravadas. Esse é meu cartão American platinum. Essa é minha bolsa.
“Mas essas bolsas custam, umas... mil libras.” Minha voz está estrangulada.
“Eu sei que elas custam.” Nicole de repente ri. “Vá em frente, relaxe. É sua!”
Cuidadosamente eu afago a alça, malmente ousando tocá-la. Eu não acredito que ela pertence a mim. Quero dizer, aonde eu arranjei isso? Eu estou ganhando um monte de dinheiro ou algo do tipo?

“Então, eu realmente estava numa batida de carro?” Eu olho pra cima, de repente querendo saber tudo sobre mim mesma, de uma vez por todas. “Eu estava realmente dirigindo? Uma Mercedes?
“Aparentemente.” Ela repara minha expressão desacreditada. “Você não tinha uma Mercerdes em 2004, então?
“Você está brincando? Eu não posso nem dirigir!”

Quando eu aprendi a dirigir? Quando de repente eu comecei a ter recursos para bolsas de grife e carros da Mercedes, pelo amor de Deus?
“Olhe na sua bolsa.” sugere Nicole. “Talvez as coisas que estão dentro estimulem sua memória.’
“Okay, boa idéia.” Há uma agitação em meu estômago conforme eu abro a bolsa. Um cheiro de couro, misturado com algum perfume não familiar, surge de dentro. Eu toco dentro – e a primeira coisa que eu tiro é um pouco compacto dourado Estee Lauder. Imediatamente eu o sacudo para abrir e dar uma olhada.
“Você tem alguns cortes no rosto, Lexi,” Nicole diz rapidamente “Não fique alarmada – eles vão cicatrizar.”
Conforme eu encontro meus próprios olhos no espelho minúsculo, eu sinto um alívio súbito. Ainda sou eu, mesmo tendo um enorme arranhão em minha pálpebra. Eu movo o espelho, tentando conseguir uma boa visão conforme eu vejo a bandagem em minha cabeça. Eu inclino-o um pouco mais distante: lá estão meus lábios, parecendo estranhamente cheios e rosa, como se eu tivesse dado uns amassos à noite inteira passada, e –
Oh meu Deus,
Aqueles não são meus dentes. Eles estão todos brancos. Eles estão todos deslumbrantes. Eu estou olhando para uma boca estranha.
“Você está bem? Nicole interrompe meu entorpecimento. “Lexi?”
“Eu gostaria de um espelho apropriado, por favor.” Eu manobro imediatamente. “Eu preciso me ver. Você tem um que possa trazer pra mim?”
“Há um no banheiro.” Ela vem para frente. ‘Na verdade, é uma boa idéia você se movimentar. Eu vou ajudá-la.”
Eu me levanto para fora da cama alta de metal. Minhas pernas estão vacilantes, mas eu sigo cambaleante para o banheiro adjacente.
“Agora,” ela diz, antes de fechar a porta. “Você tem alguns cortes e ferimentos, então sua aparência está um pouco chocante. Você está preparada?”
“Sim. Eu ficarei bem. Só me mostre.” Eu respiro profundamente e me fortifico.
Ela balança a porta fechada para revelar um longo espelho (daqueles que mostram a pessoa inteira) atrás dessa.
Esta sou... eu?

Eu não consigo falar. Minhas pernas viraram geléia. Eu aperto uma barra onde se pendura toalha, tentando manter o meu controle.
“Eu sei que seus ferimentos parecem feios.” Nicole tem um forte braço em volta de mim. “Mas acredite em mim, eles são só superficiais.”
Eu não estou nem olhando para os cortes. Ou as ataduras ou o grampo em minha testa. É o que está embaixo.
“Isso não...” eu gesticulo para o meu reflexo “isso não é com o que eu pareço.”
Eu fecho meus olhos e visualizo meu antigo eu, só para ter certeza que eu não estou ficando louca. Cabelo crespo cor de rato, olhos azuis, ligeiramente mais gorda do que eu gostaria de ser. Rosto agradável (nice-ish ???) mas nada de especial. Delineador preto e gloss labial Tesco rosa brilhante. O look padrão de Lexi Smart.
Então eu abro meus olhos de novo. Uma garota diferente está me encarando de volta. Uma parte do meu cabelo foi suja no acidente, mas o resto é um brilhante, não familiar tom de castanha, todo liso e macio nenhum pouco frizado. Minhas unhas do pé estão perfeitamente rosas e polidas. Minhas pernas estão bronzeadas de um marrom dourado e mais finas do que antes. E mais musculosas.
“O que mudou?" Nicole está olhando para o meu reflexo curiosa.
“Tudo!” eu respondo. “Eu pareço toda... brilhante.”
“Brilhante? Ela ri.
“Meu cabelo, minhas pernas, meus dentes...” Eu não consigo afastar meus olhos daquele imaculado branco perolado. Devem ter custado uma fortuna sangrenta.
“Eles estão bons!” Ela assente educadamente.
“Não. Não. Não.” Eu estou balançando minha cabeça vigorosamente. ‘Você não entende. Eu tenho os piores dentes do mundo. Meu apelido é ‘Snaggletooth’ ( pessoa que tem o dente quebrado ou desalinhado).”
“Acho que não deve mais ser.” Nicole levanta uma sobrancelha divertida.
“E eu perdi um monte de peso e o meu rosto está diferente. Eu não tenho exatamente certeza de como..." Eu examino cuidadosamente minhas feições, tentando processar isso. Minhas sobrancelhas estão finas e arrumadas...

meus lábios parecem mais cheios de alguma forma... Eu observo mais de perto, inesperadamente desconfiada. Eu fiz alguma coisa? Eu me tornei alguém que tem o trabalho feito?
Eu me afasto do espelho e empurro a porta aberta, minha cabeça girando.
“Pegue leve.” Nicole avisa, apressando-se atrás de mim. “Você teve um choque no sistema. Talvez você devesse fazer as coisas um passo de cada vez.”
Ignorando ela, eu agarro a bolsa Luis Vuitton e começo a arrancar fora as coisas fora de dentro dela, examinando cada item de perto como se pudesse transmitir uma mensagem. Deus, só olhe essas coisas. Um chaveiro da Tiffany, um par de óculos Prada, um brilho labial Lancome, não Tesco.
E aqui está um pequeno diário Smythson verde pálido. Eu hesito por um momento, me preparando mentalmente para isso – então o abro. Com um choque, eu vejo minha própria familiar escrita. Lexi Smart, 2007 está rabiscado na folha da frente. Eu devo ter escrito essas palavras. Eu devo ter desenhado esse pássaro coberto de penas no canto. Mas eu tenho absolutamente nenhuma lembrança de ter feito isso. Sentindo-me como se eu estivesse espiando a mim mesma, eu começo a folhear as minúsculas páginas. Há apontamentos em cada página:
Almoço, 12:30. Bebidas P. encontrar Gill – ilustrações (desenhos e fotografias que são preparados para serem incluídos em um livro ou em propaganda). Mas eles estão todos escritos em iniciais e abreviações. Eu não posso deduzir muito disso. Eu passo rapidamente para o final e um maço de cartões de negócios cai do diário. Eu pego um, dou uma olhada rápida no nome que está embaixo – e congelo.
É um cartão da companhia onde eu trabalho, Deller Carpets – no entanto está com um novo logotipo moderno. E o nome está impresso claramente em um cinza carvão:
LEXI SMART
DIRETORA, REVESTIMENTO (a palavra era flooring, não sei se nesse caso significa realmente revestimento)
Eu sinto como se o chão tivesse me abandonado.

“Lexi?” Nicole está me observando preocupada. “Você ficou muito pálida.”
“Olhe isso.” Eu seguro o cartão, tentando manter um apoio em mim mesma. “Diz ‘Diretora’ no meu cartão de trabalho. É como, chefe do departamento inteiro. Como eu possivelmente poderia ser a chefa?” Minha voz soa mais estridente do que eu pretendia. “Eu só estou na companhia há um ano. Eu nem ganhei um bônus!”
Mãos tremendo, eu coloco de volta o cartão entre as páginas do diário e vasculho dentro da bolsa outra vez. Eu tenho que encontrar meu celular. Eu tenho que ligar pros meus amigos, minha família, alguém que saiba o que está acontecendo.
Peguei.
É um lustroso modelo novo que eu não reconheço, mas ainda é bastante simples para mexer. Não tenho nenhuma mensagem de voz, no entanto há uma nova mensagem não lida. Eu seleciono e aparece na minúscula tela:
Correndo atrasado. Eu vou telefonar pra você quando eu puder.
E.
Quem é “E”? Eu vasculho em meu cérebro, mas não consigo pensar em uma única pessoa que eu conheça que o nome comece com E. Alguém novo no trabalho? Eu vou para os meus textos armazenados e o primeiro é de “E”: Eu acho que não. E.
“E” é o meu melhor amigo novo ou algo do tipo?
Eu irei procurar em minhas mensagens depois. Agora eu tenho que falar com alguém que me conheça, que possa me dizer exatamente o que vem acontecendo em minha vida nesses últimos três anos... Eu disco o número da Fi e espero, tamborilando minhas unhas, por uma resposta.
“Oi, você ligou para Fiona Roper. Por favor, deixe uma mensagem.”
“Oi, Fi.” Eu digo assim que o bip soa. “Sou eu. Escuta, eu sei que isso vai soar estranho para você, mas eu sofri um acidente. Estou em um hospital, e eu só... Eu preciso falar com você. É muito importante. Você pode me ligar? Tchau.” Assim que eu desligo o telefone, Nicole põe a mão nele reprovando.
“Você não pode usar isso aqui.” Ela diz.
“Você pode usar um telefone com fio, entretanto. Eu irei ajudá-la com um receptor.”
“Okay.” Eu concordo com a cabeça. “Obrigada.”

Eu estou a ponto de começar a olhar todas minhas antigas mensagens, quando há uma batida na porta e outra enfermeira entra, segurando um par de sacolas.
“Eu estou com suas roupas aqui.” Ela coloca uma sacola de compras na minha cama, eu vasculho dentro, puxo pra fora um jeans preto e o encaro. O que é isso? A cintura é muito alta e tem a forma muito estreita, quase como justa. Como você espera colocar um par de botas embaixo disso?
“Oh, 7 For All Mankind (http://fashionhits.aliceferraz.com.br/blog/wp-content/uploads/2007/11/cameron-diaz-in-7fam-3.jpg).” Nicole diz, levantando suas sobrancelhas. “Muito bom.”
Sete pra que?
“Eu adoraria uma dessa.” Ela passa a mão em uma perna admirando.
“Em torno de duzentas libras uma, não é?”
Duzentos paus? Por um jeans?
“E aqui estão suas jóias.” Complementa a outra enfermeira, segurando uma sacola transparente. “Eu tive que passar pelos sensores.”
Ainda chocada com a calça, eu pego a sacola. Eu nunca fui uma pessoa do tipo jóias, a menos que você conte os brincos TopShop e um Swacth. Me sentindo como uma criança com um estoque do Natal, Eu alcancei a sacola e tirei um emaranhado de ouro. Tem um bracelete que parece muito caro feito de ouro martelado, um colar combinando, mais um relógio.
“Wow. Isso é legal.” Eu corro meus dedos cautelosamente pelo bracelete, então vasculho de novo e retiro dois brincos no estilo candelábro ( http://www.zulumoon.com/images/products/med/medium_CE4019.jpg). Preso nas costas de ouro intricadas está um anel, e depois, com muito cuidado, eu me empenho em desembaraçar isso.
Geral prende a respiração. Alguém murmura “Oh Meu Deus.”
Eu estou segurando um enorme, brilhante, anel solitário de diamante. Do tipo que você vê em filmes. Do tipo que você vê em um veludo azul marinho nas vitrines das joalherias sem etiqueta de preço. Finalmente, eu afasto meus olhos e vejo que as duas enfermeiras também estão rebitadas.
“Hey!” Nicole exclama de repente. “Tem outra coisa. Mostre sua mão, Lexi.”

Ela levanta a sacola e bate no canto. Há um momento de quietude – então uma aliança cai na minha palma.
Há um tipo de formigamento nas minhas orelhas conforme eu dou uma olhada nela.
“Você deve estar casada!” Nicole diz brilhantemente.
Não. De jeito nenhum. Certamente eu saberia se eu tivesse casado? Seguramente eu sentiria isso bem no fundo, com amnésia ou sem amnésia. Eu giro o anel em meus dedos desajeitados, sentido frio e calor por toda parte.
“Ela está.” A segunda enfermeira concorda. “Você está. Você não lembra, amor?’
Eu balanço minha cabeça silenciosamente.
“Você se lembra do seu casamento?” Nicole olha ansiosa. “Você não se lembra de nada sobre o seu marido?”
“Não.” De repente eu olho pra cima com horror. “Eu não casei com o Perdedor Dave, casei?”
“Eu não sei.” Nicole dá um riso e põe rapidamente a mão sobre a boca. “Sinto muito. Você aparece tão horrorizada. Você sabe qual o nome dele?” Ela olha para a outra enfermeira, que balança a cabeça.
“Desculpe. Eu estive na outra ala. Mas eu sei que tem um marido.”
“Olha, o anel está gravado!” Nicole exclama, pegando-o de mim. “’A. S. e E. G. 3 de junho de 2005.’ O aniversário de dois anos está se aproximando.” Ela o entrega de volta. “É você?”
Eu estou respirando rápido. É verdade. Está gravado aqui em ouro sólido. “A.S. sou eu.” Eu digo finalmente. “A de Alexia, mas eu não faço idéia de quem seja E. G."
O E do meu celular, eu percebo de repente. Deve ser ele quem vem me mandando mensagens. Meu marido.
“Eu acho que preciso de uma água gelada...” Me sentindo tonta, eu cambaleio em direção ao banheiro, jogo uma água no rosto, então me inclino para frente sobre a
fria bacia esmaltada e encaro o meu seriamente machucado, familiar não familiar reflexo. Eu sinto como se eu estive para ter uma fusão. Alguém ainda está pregando uma gigante peça em mim? Eu estou alucinando?
Eu tenho 28. Eu tenho dentes brancos perfeitos, uma bolsa Loius Vuitton, um cartão dizendo “diretora” e um marido.
Como diabos tudo isso aconteceu?

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